OQUE FAZER QUANDO MEU FILHO ESTA DEMONSTANDO SUAS EMOÇÕES?
Recebo muitas perguntas sobre como ensinar empatia para as
crianças. Essa é uma das habilidades de essa é uma das
perguntas que mais recebo: “Mari, o que eu faço quando meu filho está
frustrado, irritado, chateado e explode com essas emoções?” É muito natural
termos dúvida do que fazer nesses momentos, de como reagir e conduzir.
A dica é: vamos nos imaginar nesse mesmo lugar! Imagine-se tendo
esses sentimentos e alguém falando: “você precisa se acalmar; você está muito
nervoso” ou “nossa, por que está fazendo isso? Você está exagerando! Não
precisa se sentir assim” ou “você vai ficar aí nesse lugar até se acalmar”.
Como nos sentiríamos se ouvíssemos isso? Como seria ter que lidar
com nossas emoções diante desse tipo de fala? Muito provavelmente, você se
sentiria mal. Eu me sentiria muito mal! Na verdade, em situações como essas,
procuramos, no outro, apoio, e essas frases são o oposto disso; são de
isolamento, falta de conexão e empatia.
Você fala com um adulto o que fala com a sua criança?
No entanto, é muito comum dizermos frases como essas para as
crianças, certo? Não teríamos coragem de falar isso para um adulto, mas temos
de falar para uma criança. Queremos que elas se resolvam sozinhas ou até que
não sintam essas emoções. Sabe por quê? Porque nós não queremos e sabemos lidar
com isso.
Esse, portanto, é o primeiro ponto: ter que lidar com essas
questões dentro de nós mesmos para, assim, ensinar a criança a lidar com isso
tudo. Sim, dá trabalho. Precisamos sair da nossa zona de conforto e assumir
esse lugar de adulto, de que estamos do lado das nossas crianças para apoiá-las
e ensiná-las. É desafiador, mas é nosso papel assumir essa responsabilidade,
não é mesmo?
Então, qual é a solução nesses momentos?
A resposta mais clara que vem na minha mente é em relação à
conexão. Existem várias formas de se conectar, e eu não quero dar uma receita
de bolo de como você pode se conectar com seu filho, porque eu tenho plena
certeza de que você é a pessoa mais preparada para saber como fazer isso.
Pense na sua realidade, no seu relacionamento com a criança, que
chegará à resposta. A conexão acalma e ajuda a criança a perceber emoções
complexas, a cuidar e olhar para si com carinho.
Quando nos conectamos com a criança, ela se sente amada,
importante, acolhida no processo desafiador para ela, em que o cérebro não está
raciocinando bem — o chamado cérebro primitivo. Ao acolhermos a criança e suas
emoções, a ajudamos a passar por essas emoções, e esse cérebro se integra.
A conexão é capaz de ajudar o cérebro a funcionar melhor, a sair
desse estado animal para ir para o estado mais racional.
A responsabilidade nesse processo
É importante sempre lembrar que eu sou adulto, que eu estou no
papel de conduzir a criança. Quer dizer que nós vamos aceitar qualquer tipo de
comportamento dela diante das emoções?
Não, mas vamos discutir, ensinar e trabalhar com a criança, depois
de fazermos esse exercício de conexão e lembrar que somos os adultos. A
primeira coisa é saber lidar com essas emoções.
E se a minha criança não aceitar meu apoio?
Se a criança, naquele momento, não aceitar o diálogo, o
acolhimento verbal, você pode somente estar presente do lado dela cuidando para
que não se machuque e não machuque outras pessoas diante dessas emoções. E esse
apoio pode ser feito até mesmo sem uma palavra.
Existem muitas maneiras de nos conectarmos com a criança — e isso
vai variar muito do nosso relacionamento, das possibilidades, do momento e das
emoções.
Podemos ensinar a criança a reconhecer suas emoções, lidar com
elas e criar soluções a partir desse autoconhecimento. Espero que você tenha
gostado dessa reflexão. Um beijo e até a próxima.
Mariana
Lacerda é TERAPEUTA OCUPACIONAL, MESTRE em Ciências da Reabilitação e
DOUTORANDA em Saúde da Criança e do Adolescente pela UFMG e EDUCADORA PARENTAL
em Disciplina Positiva certificada pela Positive Discipline Association.
Instagram - @marianalacerdaoficial
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